Estou acima do peso? Preciso emagrecer… Amanhã vou começar uma “dieta”.. Emagrecer .. Emagrecer .. Emagrecer ..
Trabalho com exercícios e atividade física há bastante tempo e frases assim escuto todos os dias. As pessoas fazem tudo para reduzir o seu o peso total, porém o baixo peso não representa, necessariamente, uma estética adequada aos valores padronizados socialmente e muito menos critérios de saúde. “A massa corporal isoladamente não é considerada um bom parâmetro para identificação de excesso ou carência dos diferentes componentes corporais (gordura, músculos, ossos e resíduos) ou ainda para avaliação das quantidades proporcionais desses componentes” (Costa, 2001).
Esse fenômeno pode ser verificado através da compulsão que as pessoas sentem por balança, afinal balanças são colocadas como chamariz nas farmácias, clinicas de estética e até academias e normalmente aqueles que por elas passam sempre se pesam.
Essa preocupação acontece porque as pessoas acham que se estiverem com o peso baixo estarão dentro dos padrões, e isso é impressionante, pois elas realmente acreditam nesse paradigma. O problema é que normalmente não existe uma preocupação com a saúde, o nosso maior bem.
O estado de saúde tem uma relação muito intima com a quantidade relativa de gordura que um determinado indivíduo possui e é essa quantidade pode determinar se ele deve ou não se submeter a uma dieta para redução do peso. E, não raro, os que se acham acima do peso, mesmo não estando, se submetem a um “regime” para redução do peso podendo, até mesmo, comprometer o bem estar físico geral.
Se fossemos nos basear nas tabelas de peso / altura, poderíamos, também, incorrer em erros (até mesmo no famoso índice de massa corpórea – IMC), pois essas são limitadas em relação à dimensão da Composição Corporal, por exemplo: um jogador de futebol americano profissional com 188 cm de altura e 116 kg de peso corpóreo, deveria ter, segundo as tabelas, o peso entre 78 e 88 kg, seguindo estes padrões este atleta deveria reduzir seu peso corporal em cerca de 28 kg, o que o impossibilitaria de continuar jogando futebol americano. O percentual de gordura (%G) deste atleta representa 12,7 % do seu peso corporal, o que é um bom percentual, ou seja, embora esse atleta tenha o peso muito maior do que a média padronizada, ele é um indivíduo magro, com uma grande massa muscular. Desse modo pode ser que alguns indivíduos sejam considerados pesados e não gordos.
Pesquisas do U.S. National Center for Health Statistics relataram que 50% das mulheres adultas nos EUA estão em regime para redução de peso porém somente 25% estariam necessitando de uma atitude dessa natureza. Portanto devemos parar de nos preocupar com o nosso peso total e passarmos a nos preocupar com nosso peso de gordura e massa magra, pois esse se correlaciona diretamente com nossa eficiência de trabalho corporal (qualidade de vida), com o distanciamento da tendência de se desenvolver doenças crônico-degenerativas e, é claro, a tal melhora da aparência física e problemas de auto conceito. Algumas doenças que deveríamos nos preocupar: (DAC) doença arterial coronariana, hipertensão arterial, diabetes tipo II, doença pulmonar obstrutiva, osteoartrite, certos tipos de câncer, até mesmo problemas de debilidades articulares por excesso de sobrepeso nas articulações.
Então a nossa preocupação não deveria ser com o peso e sim com a distribuição desse, ou seja, a Composição Corporal. Através desse conceito poderemos diagnosticar os valores relativos de massa de gordura e de massa magra.
A partir do diagnóstico é que poderemos fazer o prognóstico do tratamento, ou seja, do que o indivíduo necessita fazer para atingir os seus objetivos e as suas necessidades.
Dentre os métodos utilizados para se fazer o diagnóstico da Composição Corporal a que mais foi difundida entre os avaliadores físicos foi o que emprega o uso de dobras cutâneas, talvez em função da praticidade e custo envolvidos. Mas não se engane, ao ser avaliado procure saber qual o protocolo utilizado e os seus parâmetros. Um dos protocolos mais utilizados é o proposto por Pollock, Schmidt e Jackson (1980), pois o mesmo possui uma característica muito próxima com os padrões subjetivos da cultura brasileira e correlaciona sexo e idade com os valores relativos a gordura corporal estimada.
Faça uma consulta om um Profissional em Educação Física (mas certifique-se da formação desse “profissional”). Somente um bom Profissional poderá utilizar o método que melhor lhe atenderá.
Referências Bibliografica
ACSM. Teste de Esforço e Prescrição de Exercícios. 5 ª Edição. Revinter, 2000.
COSTA, R F. Composição Corporal Teoria e Prática da Avaliação. 1ª Edição, 2001
GUEDES, DARTAGAN PINTO E JOANA E. R. P. GUEDES. Controle do Peso Corporal. Midiograf, 1998.
GUEDES, DARTAGAN PINTO E JOANA E. R. P. GUEDES. Exercício Físico na Promoção da Saúde. Midiograf, 1995.
MCARDLE, WILLIAN D., FRANK I. KATCH E VICTOR L. KATCH. Fisiologia do Exercício, Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Guanabra / koogan. 3ª Edição, 1992.